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TDAH e Drogas: A Armadilha Silenciosa da Busca por Dopamina

  • Foto do escritor: Dra. Laura Augusta
    Dra. Laura Augusta
  • 19 de mar.
  • 3 min de leitura


mulher fumando cigarro

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora seja frequentemente associado à desatenção e à hiperatividade, um dos aspectos mais perigosos – e muitas vezes negligenciados – desse transtorno é o risco aumentado de envolvimento com álcool e drogas. Estudos científicos indicam que indivíduos com TDAH têm uma maior propensão ao uso e abuso de substâncias, tornando-se um grupo vulnerável a vícios. Mas por quê?

O Papel da Dopamina na Vulnerabilidade ao Vício

O TDAH está diretamente ligado a um déficit na regulação da dopamina, um neurotransmissor essencial para a motivação, o prazer e o controle dos impulsos. O cérebro dessas pessoas busca constantemente formas de aumentar os níveis dessa substância, o que pode torná-las mais suscetíveis a comportamentos de risco – incluindo o uso de substâncias psicoativas.

A relação entre TDAH e dependência química tem sido amplamente documentada por pesquisas científicas. De acordo com o National Institute on Drug Abuse (NIDA), indivíduos com TDAH têm uma chance significativamente maior de desenvolver transtornos por uso de substâncias ao longo da vida. Estudos longitudinais indicam que a impulsividade e a dificuldade em avaliar consequências futuras são fatores-chave que favorecem essa predisposição.

Fatores que Impulsionam o Uso de Drogas em Pessoas com TDAH

  • Impulsividade e Falta de Controle

A impulsividade é uma das características mais marcantes do TDAH. Ela pode levar a decisões precipitadas, incluindo o uso de substâncias sem considerar os riscos a longo prazo. Muitas vezes, o consumo começa como uma tentativa de aliviar sintomas do transtorno, mas rapidamente se transforma em um padrão de comportamento prejudicial.

  • Automedicação e Busca por Recompensa

Muitas pessoas com TDAH relatam que o uso de substâncias proporciona uma sensação momentânea de alívio para os sintomas de inquietação e desatenção. O álcool e outras drogas, como maconha, nicotina e estimulantes ilícitos, podem ser percebidos como formas rápidas de se sentir mais calmo, focado ou relaxado. No entanto, essa "solução" é temporária e tende a agravar o problema.

  • Maior Risco de Dependência

A dependência ocorre quando o cérebro passa a exigir a substância para manter um funcionamento normal. Como o sistema dopaminérgico das pessoas com TDAH já é naturalmente desregulado, o risco de tolerância e dependência química se torna ainda maior. Estudos mostram que adolescentes com TDAH têm até duas vezes mais chances de desenvolver transtornos relacionados ao uso de substâncias do que seus pares sem o transtorno (Wilens et al., Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry).

Drogas Mais Comuns Entre Pessoas com TDAH

As substâncias mais frequentemente usadas por indivíduos com TDAH incluem:

  • Álcool – Usado para aliviar a ansiedade e a impulsividade, mas pode piorar o controle emocional e aumentar os riscos de depressão.

  • Nicotina – Pessoas com TDAH têm maior propensão ao tabagismo, pois a nicotina age temporariamente como um estimulante cognitivo.

  • Maconha – Embora algumas pessoas relatem um efeito relaxante, o uso frequente pode prejudicar ainda mais a atenção e a memória.

  • Estimulantes ilícitos – Como a cocaína e metanfetamina, que aumentam a dopamina, mas têm alto potencial viciante e neurotóxico.

O Papel do Tratamento Adequado

A melhor forma de evitar que indivíduos com TDAH caiam na armadilha do abuso de substâncias é oferecer um tratamento adequado. O manejo clínico do transtorno pode incluir:

  • Psicoterapia Cognitivo-Comportamental (TCC) – Ajuda a desenvolver estratégias para controlar impulsos e melhorar a autorregulação emocional.

  • Medicação – O uso de estimulantes prescritos, como metilfenidato (Ritalina) ou anfetaminas (Venvanse), pode ajudar a regular a dopamina de forma segura, reduzindo a busca por substâncias ilícitas. Estudos mostram que o tratamento medicamentoso adequado reduz o risco de dependência química em pessoas com TDAH (Biederman et al., Pediatrics)

  • Mudanças no Estilo de Vida – Atividade física, uma rotina estruturada e práticas de mindfulness podem melhorar o funcionamento cerebral e reduzir a necessidade de buscar estímulos externos.


 

Conclusão: A Consciência Como Proteção

O TDAH e o uso de substâncias estão perigosamente interligados, mas essa armadilha pode ser evitada. A informação é uma das melhores ferramentas de prevenção. Se você ou alguém que conhece tem TDAH, busque apoio profissional e evite cair na falsa solução das drogas. O tratamento correto pode fazer toda a diferença!

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